Impasse

Gestão do hospital regional vira incógnita com Sartori

Leandro Belles

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A mudança de comando no Piratini já provoca impasse em relação à gestão do hospital regional de Santa Maria. Anunciado em 2003, com investimento de R$ 47 milhões, o complexo só deve ser finalizado no início de 2015. Mas, para entrar em funcionamento, o governo do Estado precisa definir quem vai fazer a gestão da unidade.
Durante as obras, muito se discutiu sobre quem seria o gestor do hospital especializado em reabilitação pelo SUS e que vai atender pacientes de todo o Rio Grande do Sul.

Neste mês, o governo do Estado fechou um pré-acordo com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), o Ministério da Educação e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Nessa parceria, o hospital regional funcionaria como uma extensão do Husm e seria administrado pela Ebserh.

Mas um detalhe importante emperrou a assinatura final. A Ebserh só pode ser gestora de unidade de propriedade do governo federal, o que não é o caso do complexo construído em Santa Maria. Apesar disso, nesta terça-feira, em Porto Alegre, representantes da Secretaria Estadual de Saúde e da UFSM se encontram para definir os últimos detalhes do acordo e podem bater o martelo em relação ao assunto.

_ Vamos governar até o dia 31 de dezembro e seguiremos no nosso calendário. Este processo já está em andamento. já estamos na finalização do acordo jurídico para assinarmos o termo de cooperação _ disse a secretária estadual de Saúde Sandra Fagundes, deixando claro que o contrato será assinado este ano.

Um importante aliado de Sartori, o deputado federal Osmar Terra (PMDB), que já foi secretário estadual de Saúde nos governos de Germano Rigotto (PMDB) e Yeda Crusius (PSDB), é contrário à parceria com a Ebserh. Terra adianta que, no futuro, o novo governo poderá questionar o acordo feito pelo atual governo. Para ele, a gestão deveria ficar a cargo de uma empresa privada que teria mais condições de prestar um atendimento mais eficiente.

_ Acho que o governo não deveria fechar a questão, pois vai levar mais um ano para o hospital funcionar. Me preocupou quando vi que o acordo já estava sendo fechado _ justificou Osmar Terra, que acompanha o caso de perto e deve ser consultado por Sartori sobre o assunto.

O reitor da UFSM, Paulo Burman, diz desconhecer como o caso será resolvido.

_ Eu não sei qual vai ser a posição do governo. São dois meses que o Estado tem para funcionar. Mas creio que este processo vai andar.

O Diário procurou Elaine Resener, superintendente do Husm, para comentar o assunto, mas ela estava em viagem e não atendeu às ligações.



Um resumo dos últimos 11 anos

2003 
- Estado anuncia hospital e terreno ao lado do Distrito Industrial (DI)
2004 
- Área vira polêmica
2005
- Projeto fica pronto. Ministério Público entra com uma ação para impedir a obra no DI
2006
- Endereço muda duas vezes. Primeira sugestão é na BR-158, perto da T. Neves, depois, na BR-287, próximo à Ulbra
2007
- Quarto e definitivo local, no Parque Pinheiro Machado. Área é doada ao município por José Antônio Barão Schons
2008
- O Ministério da Saúde empenha R$ 19 milhões para a construção
2009
- Suspenso edital de licitação (empresa entrou com um recurso)
2010 
- Assinado contrato com a empreiteira. Obra começa em março. Em junho, é pedido aditivo
2011 
- Empreiteira reclama de atrasos nos repasses. Primeiro prazo de entrega não é cumprido
2012
- Duas novas datas previstas (fevereiro e depois, agosto)
2013
- Março é a nova data
2014
- G"

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